Aqui
onde as ondas da praia não chegam
onde os rastos da gaivotas se desenham nos gritos aéreos
onde o pivete salgado dos esgotos entranham
o asfalto carcomido de salitre
aqui
aguardo
a barca do inferno
Se vier
descerei por cima das suas amuradas
e sentar-me-ei rente ao mastro
fechando, finalmente,
os olhos cansados
o inferno, por seguro, é melhor que a
modorra moribunda que cerca as nossas vidas