Há mais de 100, mulheres da então ainda Internacional Socialista criaram o Dia Internacional da Mulher Trabalhadora para reforçar a luta das mulheres contra a exploração capitalista e emancipação dos mecanismos do patriarcado. Foi um passo fundamental, até porque a primeira tentativa de organização internacional dos trabalhadores, fundada por Marx, Engels e Proudhon, entre outros, tinha o nome limitado e erróneo nome de Associação Internacional dos Homens Trabalhadores.
É o Dia Internacional da Mulher Trabalhadora que hoje celebro, relembrado aos distraídos das gerações mais velhas e notando aos mais novos, que faz hoje 98 anos que operárias têxteis de Petersburgo, então capital da Rússia czarista, saiem as ruas em greve, vão às fábricas metalurgicas desafiar os homens operários a solidariza M-series na Luta pelo Pão e pela Paz, desencadeando a greve geral que derruba o carisma “todo poderoso”. Meses mais tarde, pela primeira vez, um país passa a ser governado pelas e pelos trabalhadores: Rússia Soviética que de imediato instruiu cantinas, creches e lavandarias públicas como forma de libertar as mulheres das chamadas tarefas domésticas e dar-lhes a real possibilidade de participar nos novos órgãos de poder proletário, os Sovietes e nos partidos operários.
Também na Revolução de Abril às mulheres estiveram à cabeça de muitas lutas. Hoje quero relembrar e saudar a Diana, a Otília, a Fernanda, trabalhadoras de Limpeza industrial, e as suas filhas, a Lena, a Olinda, a Fatinha, mulheres e raparigas que, no bairro da lata do Caminho do Mocho, em Paço d’Arcos lutaram pelos seus direitos contra o machismo dominante e ao lado dos companheiros que tiveram de vencer nessa luta, dirigiram a luta colectiva pelo direito à Habitação. E agradecer-lhe o muito que aprendi com elas e que me continua a definir como lutador pela emacipação proletária.